Durante
a tarde desta quarta-feira (26), no Hangar, a prefeita Consuelo Castro participou
junto com outros gestores estaduais, municipais e profissionais da área de
assistência social, da Convenção e Feiras da Amazônia, em uma audiência pública
que teve como objetivo reunir assinaturas de prefeitos do Estado em um termo de
compromisso para a Erradicação do Trabalho Infantil.
O
evento marcou também o fim da Caravana Norte Pará contra o Trabalho Infantil,
liderada pelo Fórum Paraense de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do
Trabalho do Adolescente, com apoio do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação
do Trabalho Infantil.
“Não é fácil discutir pensamentos enraizados
no senso popular”, disse a representante do Cerest-PA e também membro do Fórum
Paraense, Izabel Melo, ao comentar sobre a razoável naturalidade que muitas
pessoas ainda têm diante do trabalho infantil. “Esperamos que esse momento
simbólico, de assinatura do termo de compromisso, seja de fato um compromisso
efetivo dos prefeitos”, completou.
Como
divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), em coletiva de imprensa no lançamento da caravana,
dia 11 de junho, na região Norte são reconhecidas 378.994 crianças ou
adolescentes entre 10 e 17 anos de idade trabalhando. Dados do Censo 2010, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam ainda que,
desse total, 180.088 estão no Pará – sendo 54,34% localizados na área rural e
45,66% na urbana.
O
supervisor técnico do Dieese, Roberto Sena, que na oportunidade expôs novamente
os dados, destacou a importância de relativizar. “Falando apenas em números, a
situação ganha uma lente de aumento”, alertou. “Precisamos considerar o número
de crianças e adolescente residentes no local também. Assim, podemos dizer que
13,63% de crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos, residentes do Estado do
Pará, estão trabalhando”, explicou.
Além
de dados regionais, macros, o Dieese pela primeira vez divulgou também dados
mais específicos, apontando índices municipais. No Estado, Belém, Santarém,
Ananindeua, Cametá e Marabá, nesta ordem, representam os cinco municípios com
maior incidência de trabalho infantil, considerando números absolutos.
Resgatando
o tema da campanha contra trabalho infantil em 2013, de caráter doméstico, Sena
revelou ainda que, no Pará, crianças e adolescentes do sexo feminino
representam maioria esmagadora no cenário do trabalho infantil doméstico, 80%
delas atuando na área urbana. “Aumentar a oferta de empregos formais é, sem
dúvida, um dos caminhos para erradicar o trabalho infantil”, encerrou Roberto
Sena.
Logo
após a exposição das estatísticas, os prefeitos convidados assinaram o termo de
compromisso de erradicação do trabalho infantil. A prefeita de Abaetetuba,
Francinete Carvalho, ressaltou o papel da educação. “A escola precisa ser prazerosa
e acolhedora, de qualidade, para que as crianças queiram manter sua frequência
e não prefiram ir para a rua”, destacou. “A meta de erradicar esse mal do
trabalho infantil é árdua, mas possível. Gostaria também de agradecer a todos
assistentes sociais que se dedicam a resolver essa situação. Crianças e
adolescentes precisam ser prioridade em ações, não apenas personagens em
estatuto”, completou.
Após
a assinatura do termo, a adolescente Daiana Silva, do município de Paragominas,
entregou aos prefeitos o símbolo nacional e mundial da luta contra o trabalho
infantil: um catavento colorido. O titular da Secretaria de Estado de
Assistência Social (Seas), Heitor Pinheiro, enfatizou a importância de difundir
o debate.
“Mobilizar
a sociedade, fazer entender a seriedade do problema e despertar a vontade de
defender nossas crianças e adolescentes é fundamental. Precisamos agir enquanto
gestores, precisamos nos importar enquanto pessoas”, disse o secretário.
Trabalho infantil é toda prestação de serviço, remunerada ou não, feita por
quem tenha idade inferior a 18 anos, seja para terceiros ou para a própria
família. Essas atividades, mesmo que desempenhadas no ambiente do lar, violam
os direitos das crianças e adolescentes. Para denunciar, disque 100.
ASCOM/Pref. Consuelo castro
Com informações da AGPA.
Comentários
Postar um comentário