MEDICINA – I
O Governo Federal quer forçar a barra para
flexibilizar a regra de validação dos diplomas de médicos cubanos e de
brasileiros formados no exterior. As
entidades médicas repudiaram, na semana passada, as ideias anunciadas pelo
Executivo federal.
Estou de acordo com os as entidades médicas.
Afinal, saúde é coisa séria. Os diplomas obtidos no exterior têm qualidade
muito diversificada e cada um deles precisa ser cuidadosamente analisado antes
da revalidação.
Entretanto, há outro aspecto importante a ser
considerado. A postura contrária à atuação, no Brasil, de médicos formados em
países estrangeiros não pode ser pretexto para camuflar o corporativismo de
brasileiros que simplesmente não aceitam dividir o mercado com médicos formados
no exterior. E isto está acontecendo, em larga escala, no Brasil.
Conheço universidades públicas onde centenas de
diplomas de médicos formados no exterior estão há anos aguardando análise para
decidir se o diploma tem valor ou não.
Nesse caso, dever-se ter a coragem de analisar todos, negar os pedidos
que não forem compatíveis com a graduação de Medicina no Brasil, apontar
eventuais complementações de estudos ou aceitar os que forem de excelente
nível.
O embargo de gaveta é absolutamente condenável!
MEDICINA – II
Estamos diante de um fato concreto: o número de
médicos no Pará está bem abaixo da média nacional e muito abaixo da média dos
países desenvolvidos (leia aqui o estudo sobre Demografia Médica, feito pelo
Conselho Federal de Medicina).
Atualmente, as prefeituras do interior do Pará
oferecem excelentes salários, mas não
conseguem contratar médicos
Precisamos de mais médicos, reitero. E acredito que
a melhor maneira de, em um prazo razoável, resolvermos o problema é com a
descentralização da formação médica. Ou seja, é necessário criar cursos de
Medicina no interior do Pará, em locais onde a graduação possa ser feita com
qualidade.
Hoje, formamos médicos em Belém (na UFPa, na UEPA e
no Cesupa), em Santarém e, neste ano de 2013, a UEPA está iniciando um curso em
Marabá. É pouco!
Para garantir qualidade é preciso ter um bom
hospital de ensino – um problema hoje bem resolvido depois que foram
implantados os hospitais regionais.
Assim, é possível abrir novos cursos em Altamira (a
UFPa tem interesse e está estudando a possibilidade), Breves e Redenção. Em
todos esses locais há hospitais regionais que poderiam funcionar como hospitais
universitários. Com eles, cobriríamos, respectivamente, as regiões do Xingu, do
Marajó e do sul do Pará.
Se fizermos isso, teremos cursos que permitirão a
fixação dos médicos na região em que se graduaram e a consequente melhoria da
cobertura em todas essas importantes regiões do Pará.
Fonte: Dep. Nilson Pinto
Comentários
Postar um comentário